Expresso Financeiro #009
Movimentações semanais do Mercado Financeiro que podem afetar nosso suado dinheiro
O que está acontecendo nos mercados? 1- Desfecho reunião Brics 2- Mudanças no fundo Verde 3- Pivot do GS 4. The best central banker goes to... 5- Ações News
*A resposta se encontra ao fim da edição
Desfecho da reunião da turminha do Fundão
Duas eram as pautas principais dessa última reunião que levou 31 líderes mundiais para Rússia - o maior número desde que a Guerra na Ucrânia começou - e durou 3 dias. A primeira sobre novos entrantes no Bloco, que recentemente aprovou a entrada de Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes, e segunda sobre uma moeda para negociações do bloco (hoje, 90% das transações são em USD).
Novos entrantes, a discussão foi em relação a criação de um subgrupo, que não teria a condição de integrante pleno, mas desfrutaria de alguns benefícios do Bloco. Entre os países que demonstraram interesse, temos: Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda. Nicarágua e Venezuela ficaram de fora dessa vez, pelo veto do Brasil (Venezuela respondeu que isso foi um “gesto hostil” e “constitui uma agressão” e que a decisão do Brasil vai contra a natureza do Brics. O crescimento do bloco é evidente, mas se olharmos o PIB per capita… vish… tem muito arroz e feijão ainda!
Sobre a moeda, o Putin apresentou uma cédula simbólica sobre a unificação dos pagamentos entre o Bloco. Lula foi a favor desse movimento: “Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países. Não se trata de substituir nossas moedas. Mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional”. Putin criticou o dólar por estar sendo usado como “arma política”. Após a exclusão da Rússia do sistema Swift, a criação dessa moeda diminuiria bastante a sua dependência do Ocidente.
Os primeiros relatos seriam de um lastro em 40% ouro e 60% uma cesta de moedas do Bloco.
Agenda por trás: Além disso, acho que uma agenda grande por trás dessa reunião foi a Rússia mostrar que não esta isolada e que permanece com aliados. Putin reforça seu posicionamento geopolítico e passa uma mensagem pro Ocidente. O fato de Lula não ter conseguido ir presencialmente foi muito bom para não ter uma foto igual essa do Xi Jinping circulando por ai:
Em 2025 o Brasil assumirá a presidência do bloco, e pelo tom do discurso do Lula, a criação da moeda vai ser uma bandeira do Brasil à frente da presidência. Aqui você encontra o discurso de Lula
Verde indo pro Amarelo
Com certeza você conhece ou ouviu falar do Luis Stuhlberger e sua gestora, a Verde Asset Management. Luis é um dos pioneiros do mercado de fundos no Brasil e uma “lenda” na Feria Lima. Não é por menos: seu principal fundo teve uma performance de cerca de 26.000% desde 1997, o que equivaleria a 22% ao ano.
Mas, a crise de resgastes (e performances) impactou também uma das maiores e mais respeitadas gestoras do Brasil. Em meio a crise dos fundos, a gestora esta fazendo uma repaginação do seu time operacional, com a demissão de 14 posições, e indo de 70 para 60 funcionários. A gestora chegou a ter 55 bilhões sob custódia e hoje administra cerca de 20 bilhões. Essa diferença é brutal para uma indústria que sobrevive com as taxas 2 com 20 (2% de taxa de administração anual, e 20% de taxa sobre a performance de um benchmark).
O fundo principal do Verde vem sofrendo resgastes desde meados de 2021:
Com essa mudança, Stuhlberg vai assumir o book de moedas e de juros. Agora, o fundador da verde vai ser responsável por 80% do risco da gestora. Outra mudança foi o de economista-chefe, onde a Verde promoveu Marcos Fantinatti e fez uma proposta para o Daniel Leichsenring (ex economista-chefe) para ser um senior consultant.
Stuhlberg falou recentemente num podcast sobre a proliferação dos investimentos isentos ou incentivados, e que o mercado estaria num momento de realocação de ativos.
Apesar dos resgastes, e do alpha do fundo ter caído, ele ainda traz, constantemente, retornos melhores que a média dos outros fundos:
Goldman Sachs Pivot
Um artigo que circulou bastante foi essa projeção do Goldman Sachs, onde defendeu uma projeção de ganho médio de 3% para o S&P para a próxima década. Valores bem mais tímidos que a história do índice, onde na média teve retornos de 11% anuais e de na última década registrou um média de 13%.
Desde 1935, apenas em 9% das vezes observamos um retorno inferior a 3% na história da performance do S&P.
Após esse artigo do GS, várias outras casas soltaram relatórios rejeitando projeção. O JP projeta um retorno anualizado de 6,7% para as empresas de grande capitalização americana na próxima década. Yardeni levantou um estudo mostrando que nem o cenário otimista da GS é de fato otimista.
Por trás dessas brigas de manchetes, acredito que o investidor não deva gastar tempo com essas projeções, sendo elas otimistas ou pessimistas. O investidor tem que gastar tempo com o seu asset allocation e como suas teses estão respondendo às mudanças do mercado.
Detalhe que essa manchete é de apenas semanas após essa outra, com uma projeção mais otimista para o índice acionário:
Quem estará certo? Só saberemos em retrospectiva!
The best central banker goes to…
Roberto Campos Neto. Pela terceira vez consecutiva - a primeira vez na história -, temos um presidente de Banco Central ganhando o prêmio de melhor banqueiro central. A LatinFinance reconheceu Campos Neto pela gestão do processo de desinflação do Brasil, que “manteve o crescimento econômico acima das expectativas do mercado”.
O prêmio de ministro da Fazenda (Finanças) foi para o argentino Luis Caputo.
Ações News
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Resultado Quiz:
Nunca tivemos um ano com Ouro e S&P subindo 25% no mesmo ano!