Hoje marca a primeira semana com meu filho em casa. Dias intensos, carregados de aprendizados e reflexões. O processo todo de gestação foi de busca por conhecimento e conselhos em uma área que, na verdade, se aprende só na prática. Entre as minhas reflexões iniciais, muitas delas se voltaram para o estar disponível e presente. Não no sentido básico para questões rotineiras (trocar fralda, dar banho, colocar pra arrotar, lavar a louça, fazer compras e essas rotinas que são básicas) - mas presente no sentido mais profundo: estar no agora, emocionalmente, mentalmente, fisicamente.
Eu conheço minhas fraquezas, que são muitas, e uma delas é essa tendência incessante de estar com a cabeça em outro lugar e não viver no presente. Sei que isso não é uma exclusividade minha.. quantos de nós vivemos prisioneiros do passado ou ansiosos pelo futuro, enquanto o presente nos escapa pelos dedos? Quantas vezes me peguei preso a pensamentos negativos sobre o que está por vir ou remoendo o que já foi? Gostaria de medir o quanto de energia eu (e provavelmente todos nós) já gastamos com isso. E tudo isso tem um preço: o presente. Esse preço não é apenas a falta de presença, mas a incapacidade de aproveitar o único momento que realmente existe: o agora.
Com a chegada do meu primogênito, percebo que para poder me entregar de forma completa à ele, preciso estar no presente. Não que não devemos pensar no futuro ou relembrar o passado - isso é extremamente importante. Mas estar quase sempre projetado em um tempo que não existe – seja o que já passou ou o que ainda virá – cria um vazio no agora.
Em geral, grande parte dos pensamentos que o ser humano faz sobre o futuro carrega um peso negativo. São preocupações, medos, dúvidas que drenam energia e tiram o foco do momento atual. O mesmo acontece com o passado: revivemos cenas, recriamos diálogos, desejamos ter feito algo diferente. Esse ciclo, que parece inofensivo, nos desconecta de quem somos agora – e, mais importante, nos desconecta com quem está ao nosso lado.
Com o meu filho, quero evitar isso. Quero que ele cresça com um pai que está aqui, com ele, presente em corpo e mente e com atenção genuína. Sempre olhei os filhos como um espelho dos pais: eles refletem nossas melhores e piores virtudes. Se eu não estiver presente para ele agora, como posso esperar que ele valorize o momento quando crescer? Sempre fui um “workaholic” e por mais que isso me trouxe muitas coisas boas, quase sempre vem com algum custo social: os momentos não voltam. Neste momento é preciso coragem para reivindicar um tempo que pertence à minha família.
Essa percepção me leva ao meu primeiro compromisso comigo mesmo nesta paternidade: preciso estar presente desde o início. Não apenas por ele, mas por mim. Porque, ao me ausentar mentalmente, corro o risco de perder os detalhes mais bonitos dessa jornada que é única – o sorriso durante o sono, a força ao soltar um pum, a tranquilidade de um banho, a inquietude na trocada de fralda, o choro da cólica, a busca pela “seio”.
Nesta primeira semana o maior aprendizado é muito mais que cuidar de um bebê - é reavaliar prioridades e ter foco em viver o presente. Porque viver não é estar em outro lugar com a mente; é estar exatamente onde se está, vivendo cada detalhe que o agora nos oferece.
No fim, a vida é isso: viver os instantes que se exprimem.
E vocês, como lidam que essa batalha incessante que é tentar viver o presente? É só comigo isso?
Fiquem bem e até a próxima!
Um abraço,
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