MacroView Junho/24
Leituras sobre os principais acontecimentos no mês e como isso impacta nossos investimentos
Chegamos ao final do primeiro semestre com uma visão talvez mais turva do que começamos o ano. No mercado externo tivemos dados mistos durante boa parte do semestre, e mesmo assim as bolsas americanas renovam as máximas praticamente toda semana. Por aqui, o peso da Responsabilidade Fiscal fez preço, e vimos o Brasil se destoar do andamento dos mercados exteriores e do fluxo do mercado emergente. Perdemos 7,7% nesse primeiro semestre no nosso principal índice acionário, e, se olharmos o índice dolarizado, essa queda vai para 19,20%.
Essas foram as performances das bolsas ao redor do mundo no 1° semestre de 2024:
Brasil
Com bastante volatilidade e um aumento significativo nas curvas de juros e no dólar, o principal evento doméstico foi a reunião do COPOM, que, acertadamente, decidiu manter a taxa SELIC estável em 10,50% ano. Em decisão unânime pelo colegiado, acredito que essa foi o melhor posicionamento para esta reunião, uma vez que o dissenso da último reunião adicionou elementos de riscos desnecessário ao nosso mercado. Com toda a discussão do fiscal fervendo, e o aumento da inflação implícita, ficou difícil defender algum corte nessa reunião. A manutenção era o resultado mais esperado pelo mercado e a surpresa poderia vir em relação ao posicionamento dos membros votantes.
Se por um lado isso coloca o BC num posicionamento mais responsável, por outro aumenta as especulações de quem será o próximo presidente do BC e qual vai ser a real interferência do governo nas decisões do colegiado.
Continuando a discussão que começamos no artigo do mês passado sobre o IPCA+, esse gráfico mostra bem a abertura das taxas em um período de 05 meses:
A inflação IPCA registrou alta de 0,46%, acima da mediana do mercado que era de 0,42%. Com isso, ficamos com 3,93% no base anual.
E com o fluxo continuando a sair do país, chegamos em um volume financeiro que se encontra no menor patamar nos últimos 05 anos:
O prêmio para ter ações, medido como o inverso do P/L menos as taxas reais a 10 anos, está entre um e dois desvios-padrão acima da média histórica
Com o fim do semestre, alguns bancos revisitam as suas estimativas para os indicadores econômicos no ano. O BTG aumentou os indicadores de PIB, Câmbio e Selic; e reduziu a expectativa do IPCA, IGP-M:
EUA
O grande evento do mês foi o debate entre Biden e Trump. Essa foi a 1° vez que dois presidentes dos EUA fazem um debate. E foi conforme o esperado: com um péssimo desempenho de Biden. Acredito que os Democratas possam ter forçado isso para aumentar a possibilidade de uma troca de candidato no partido. Hoje, se for Biden x Trump, acredito na vitória do Trump, mas se os Democratas trocarem Biden pela Michelle Obama, acho que isso pode virar! Data limite para essa troca é 19/08!
A inflação americana (CPI) foi melhor que o esperado, ficando estável em maio, enquanto a projeção era de um aumento em +0,1%. Dado positivo para aliviar um pouco a pressão do discurso do FED. O core subiu 0,2% ante o esperado de 0,3%. O PCE, já no finalzinho do mês, também foi em linha com o que o mercado precificava, em 0,1% mensal e 2,6% anual.
Como já esta se tornando costume, segue a atualização do número de dias que o S&P faz All-Time High no ano:
Com toda esse altos e baixos nos dados econômicos, a percepção de cortes de juros diminuiu e as taxas finais do ciclo de juros ficaram maiores. No comunicado do FOMC, que trouxe poucas alterações, os dots e as projeções mostraram alterações significativas. O comitê migrou de 3 para 1 corte em 2024 e 3 para 4 cortes em 2025, elevando a taxa terminal de 2025 e para o longo prazo, a projeção de Fed Funds passou de 2,6% para 2,8%.
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Curiosidades
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