Fala pessoal,
Depois da reunião dos EUA com a China, o risco maior de cauda se dissipou no mercado e tivemos uma semana com bastante risk-on. Todos os setores americanos subiram na semana, que foi uma winning week para o S&P 500, ou seja, todos os dias da semana, o índice fechou no positivo
Nosso querido Ibovespa atingiu sua máxima histórica nessa quinta-feira, chegando aos 139.408 mil pontos pela primeira vez na história – e fechando no seu maior patamar: 139.334 pontos. Subindo ~15,62% no ano, o topo histórico foi alcançado, principalmente, por causa do setor financeiro:
Itaú: o terceiro maior peso do Ibovespa, com 7,9%, sobe quase 40% no ano e, sozinho, adicionou 2,7% à performance do índice.
B3: sobe 43% no ano, e com 3,5% de peso, entregou de bandeja mais 1,8% ao índice.
Bradesco: subindo 37% no ano, e representando 4,4% do índice, trouxe 1,1% para a conta.
Mas, como sempre, tem aquele pessoal que chega na festa com cara de segunda-feira. O maior estraga-prazeres foi a Petrobras: com seus robustos 10,7% de peso no índice, caiu -11% no ano e tirou -1,3% do Ibovespa.
No momento, cerca de ¼ do índice, que possui 87 papéis, se encontra em suas máximas históricas.
Porém, contudo, entretanto.. todo esse rally que observamos no setor financeiro diminuiu bastante o prêmio de risco do setor. O prêmio para a NTNB 10Y se encontra em 1,7%, o que representa que, se não tiver revisões fortes de lucros para cima, a continuação do movimento pode depender do fechamento da curva de juros. O risco-retorno é menor, mas o cenário e o fluxo estão ajudando a sustentar e exponencializar o movimento.
Mas… estamos mesmo nas máximas?
Nominalmente, sim, sem discussão. Mas quando a gente coloca uma lente de aumento e olha sob outros ângulos, as máximas não parecem ser tão máximas assim:
Em dólar: pelo EWZ, mesmo com alta de 25% no ano o IBOV ainda segue bem abaixo da máxima histórica de maio de 2008 (28,20, contra 102,83).
Em múltiplos: hoje o múltiplo de 8,5x P/L está longe dos 20x de 2021, 17,5x de 2017 e 15,5x de 2008.
Inflação: acumulando 36,77% desde 2020, exigiria que o índice estivesse em 158 mil pontos para um “recorde corrigido”.
Agora pela madrugada, o JP Morgan elevou as ações emergentes para compra:
Recessão
45 dias após o Dia da Libertação, a sensação do mercado em relação à recessão já se encontra bem menor. O Goldman Sachs cortou a probabilidade de recessão de 45% para 35%.
Na pesquisa do Charlie Bilello, o resultado de um mês para outro foi diametralmente oposto:
BB
O assunto dessa sexta-feira foi o resultado horrível do BB. Completamente fora do guidance e pegando 99,9% do mercado na contramão, os resultados reportados estão tentando ser interpretados até hoje:
Lucro líquido: queda de -20,7% na comparação anual e -23% na base trimestral
ROE: 16,7%, caindo -5 p.p no y/y.
Inadimplência do agro: saiu de 2,45% para 3,04%.
PDD ampliado: R$ 10,2 bilhões, aumento de 19% y/y.
Agenda:
Semana mais fraca em relação a dados macro:
Segunda: CPI inflação Zona do Euro, Produção Industrial na China, IBC Brasil
Terça: Confiança consumidor Europa
Quarta: PMI Japão
Quinta: PMI serviços EUA/Europa
Sexta: Vendas de casas novas EUA
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