Expresso Semanal #028
+ Death Cross + Bear Market
Fala pessoal,
No último pregão o mercado americano atingiu a temida Death Cross!
Death Cross é o padrão onde a média móvel de 50 dias fica abaixo da média móvel de 200 dias, sendo um indicador técnico de baixa.
A última vez que isso aconteceu, em 2022, o índice chegou a ter um drawdown de 12% e 6 meses após o cruzamento ainda se encontrava em -7% de queda.
Mas, analistas técnicos do BofA analisaram os 50 cruzamentos da morte que aconteceram no S&P desde 1927 e não chegaram numa conclusão estatística relevante referente a queda do mercado após isso. Inclusive, nas últimas 20x que isso aconteceu, o índice fechou positivo em 80% ao longo de um ano.
Entretanto, contudo, porém, a última pesquisa do BofA, realizada entre 4-10 de abril, apresentou recordes na questão de pessimismo por parte do mercado. A pesquisa é realizada com 164 fundos que possuem US$ 386 bilhões sob gestão mostrou que:
82% dos gestores acham que a economia mundial vai esfriar (o maior percentual em 30 anos).
42% acham provável uma recessão na maior economia do mundo.
36% estão com menos posição em ações americanas do que o normal (o dobro do mês passado).
28% acreditam que as projeções de lucros são desfavoráveis para o mercado americano (o maior % desde nov/2007).
O sentimento dos investidores também caiu para o quinto menor nível desde que começou a ser mapeado:
E agora o número de participantes que acredita em um hard landing para o mercado americano bateu nas máximas:
O Apollo levantou que durante as recessões, o PIB americano cai, em média, de 2,3%:
Mas a história de 2008 mostra que até o NBER anunciar recessão, o S&P já tinha caído quase 50%:
Bear Market
Alguns índices chegaram a fletar com o Bear Market - que é o movimento de -20% da máxima anterior - como o caso da Nasdaq e do Nikkei. Mas mais do que o número de 20%, o mercado Bear é uma leitura do comportamento e do sentimento do investidor,
Desde 1928, índice S&P entrou em Bear Market por 27x. Levantei algumas estatísticas desses momentos:
3,5 anos: é o intervalo médio entre os mercados de baixa. Mas depois da WWII, o tempo ficou mais espaçado, em 5,4 anos.
9,5 meses: é o tempo médio de duração de um mercado de baixa.
35% é a média de queda (contra 155% no mercado de alta).
Ou seja, os números não me assustaram. Outro dado é que 42% dos melhores dias de valorização aconteceram em mercado de baixa.
Nós como investidores de longo prazo precisamos aprender a ser amigo do Urso: em 50 anos de mercado, você deve encarar pelo menos 14 bear markets e grande parte dos seus ganhos pode - e deve! - vir justamente nesses momentos em que tudo parece terra arrasada.
Quer saber como investir e preparar sua carteira para ser resiliente a vários cenários? Vamos conversar sobre como posicionar sua carteira!
