Fala pessoal!
Essa semana tivemos alguns dados bem importantes para discutirmos!
Nesta última sexta-feira a bolsa engata um rally com alta de expressiva de 2,70%, aos 128.219, rompendo os 128k pela primeira vez no ano e o dólar fecha em -1,26%, em R$5,6956, na sua mínima dos últimos 3 meses.
Essa forte movimentação de sexta se deu pela vinculação de notícias referente à popularidade do presidente Lula, que caiu para 24%, sendo a mais baixa aprovação dos seus três mandatos e uma piora expressiva dos dados anteriores. Eu já vinha escrevendo sobre isso, que toda a desancoragem da inflação e do dólar no último trimestre de 2024 iria pesar muito na economia real e com isso baixar bastante a popularidade dele. A própria datafolha mostra o que acontece com uma popularidade nesse nível:
Inflação
Essa semana tivemos o IPCA de janeiro, que registrou o menor valor para o primeiro mês do ano desde 1994. Em linha com a expectativa, a inflação mensal ficou em 0,16%, acumulando uma alta de 4,56% nos últimos 12 meses.
Porém, o fato de ter sido a melhor inflação de janeiro desde 1994 não é um fator a se comemorar: se não fosse o desconto, não recorrente, de Itaipu, a inflação seria próxima a 0,7% no mês!
No mês, as principais altas foram os grupos de Transportes (+1,30%) e Alimentação (+0,96%), esse subindo pela quinta vez consecutiva.
Já em terras americanas, inflação do consumidor americana ficou acima do esperado, acelerando para 0,5% em janeiro, onde era esperado 0,3%. O núcleo da inflação também ficou acima do consenso, registrando +0,4% em janeiro. Com isso, no acumulado dos 12 meses a inflação americana chega na marca dos 3,0%, ou seja, bem acima da do banco central de 2%. A gripe aviária elevou os preços dos alimentos em 0,5% no mês, impactando 1,9% no ano. Os preços dos ovos, em particular, estão completamente fora de controle, chegando a subir 15% apenas janeiro - para desespero dos maromba.
Isso que ainda não temos nem os componentes da bandeira política do Trump, que são inflacionárias, como as tarifas e a questão do mercado de trabalho.
Com todos essas dados mais forte que o esperado, e como expectativa não saudável para a inflação, não restou nada a não ser o Powell falar que “não tem pressa para cortar as taxas” no seu discurso semestral para o Senado americano. Essa foi a fala principal, mas tivemos outras: encorajou a diminuição do déficit americano; reconheceu que as políticas de Trump podem pressionar a inflação e; negou que o FED está desenvolvendo sua própria moeda digital.
Os dados reforçam o posicionamento do FED:
A inflação do produtor, PPI, também ficou acima das expectativas, em +0,4% no mês:
Ouro
Outro acontecimento importante foi a renovação das máximas do ouro, que se encontra firme e forte no seu caminho de romper a barreira dos $3.000 a onça. As questões tarifárias do Trump tem ajudada essa procura para o safe heaven, mas não é somente isso que fez o ouro valorizar +10% só nesses primeiros 45 dias do ano. Além das tensões geopolíticas e econômicas, a demanda pelo metal cresceu em várias frentes:
Fundos e ETFs: os lastreados em outro acumulam 6 semanas seguidas de fluxo positivo, coma mais de $3 bi. Na europa, os fundos de ouro captaram $3,4bi, sendo o maior fluxo nos últimos 3 anos.
Bancos centrais da Índia e China seguem reforçando suas compras de ouro, em uma clara tentativa de reduzir a dependência do dólar e dos títulos do Tesouro americano
Seguradoras da China: foram liberadas para investir até 1% dos seus ativos em Ouro. Isso pode injetar até $27,4bi na demanda por ouro.
Estou com um perfil novo no Instagram, apenas para assuntos de mercado:
https://www.instagram.com/igorchde
Essa semana tivemos ainda a Recuperação Judicial da Bombril:
E o Carrefour França também comunicou a oferta de OPA para o Grupo Carrefour Brasil. A oferta realizada avalia a empresa em R$7,70, e oferece 3 opções diferentes de pagamento aos acionistas:
Pagamento somente em dinheiro: por R$ 7,70 cada ação, totalizando cerca de R$ 5,3 bilhões ao todo.
Trocar a ação ordinária pelo pagamento em dinheiro + ação: R$3,85 + 0,045 ação da empresa francesa ou o BDR da empresa que seria listado aqui no Brasil
Sem pagamento em dinheiro, apenas a conversão para a empresa francesa, na proporção de 0,09 (uma ação = 0,09 ação da Carrefour França.
A segunda maior acionista da empresa, Península Participações, já aceitou a proposta, optando por converter suas ações do Carrefour Brasil pelas ações do Carrefour França.
Insiders? As ações subiram 41% desde a mínima do ano em 14 de janeiro… alô CVM!
Até a próxima,
Se você quer uma consultoria personalizada ou acha que eu posso te ajudar com algo é só entrar em contato através do igorccllc1@gmail.com