O que está acontecendo com os mercados?
1. Panorama da Semana
2. Dólar nas máximas do ano
3. Brasil perdendo espaço na América do Sul
4. Aquisições BTLG
5. Ações/Express News
6. Macro News
Panorama da semana:
Depois de uma segunda mais forte para a bolsa brasileira, na terça vimos o dólar bater as suas máximas no ano e as curvas de juros abrindo. Na quarta, os juros futuros deram uma recuada com falas sobre o fiscal. Mas de concreto, ainda não temos nada. Depois de um IPCA-15 mais forte que o esperado, essa semana foi a vez do IGP-M, que subiu 1,52% em outubro e já acumula alta de 5,59% nos últimos 12 meses. O mercado agora espera sinalizações sobre o fiscal, com o ministro Haddad falando sobre a agenda de corte de gastos. No mercado externo: Uma mistura de balanços com dados econômicos estão mexendo com os mercados. Essa semana vamos ter 5 das Mag-7 reportando resultados, com Amazon e Apple divulgando hoje após o balanço. A Super Micro Computer caiu 32%, depois de sua consultoria pedir desligamento e a ADM Semicondutores também perdeu 10,6% depois de divulgar redução de perspectivas de resultados. Nos dados, o PCE (índice de inflação utilizado pelo FED) ficou dentro da expectativa e não fez preço no mercado. Já o PIB americano, divulgado ontem, mostrou um crescimento abaixo das expectativas, com a economia americana crescendo 2,8% no trimestre. Mesmo abaixo dos 3% esperado, esse crescimento vai afastando cada vez mais o medo de uma recessão na maior economia do mundo. No velho continente, a inflação dos 20 países da zona do euro ficou acima das expectativas, subindo em 2%, enquanto o esperado era 1,9%. Depois do setembro (1,8%) ter sido o primeiro mês desde 2021 abaixo dos 2%, agora em outubro já temos o índice soltando um alerta para o BCE.
Não vai ter Disney não!
Já são quase 6 reais na Austrália!
Em agosto, tivemos o maior fechamento do dólar no ano até então em 5,7521. Até então.. ontem, dia 30, o dólar fechou em 5,7634, sendo este o maior nível desde o longevo ano de 2021, pós pandemia.
Em agosto, a fraqueza do real contra o dólar era um problema unicamente doméstico do Brasil, com dólares saindo do país por causa das incertezas do nosso quadro fiscal e balança de pagamentos. Neste mês, além das incertezar perdurarem, tivemos mais um empurrãozinho externo: o dólar tem se valorizado no mundo. A cesta DXY, uma cesta do dólar contra as seis principais moedas estrangeiras (EUR, JPY, GBP, CAD, SEL, CHF) subiu quase 4% apenas em outubro.
Com o dólar mais forte, e nosso real fraco, o resultado é esse: quase 6 reais e a pior cotação desde março de 2021. No ranking de moedas, somente nossos hermanos estão com um desempenho pior que o nosso. Estamos em outubro e o nosso poder de compra, em dólar, já caiu 16%
Um dos motivos pela alta do dólar no mundo foi os dados econômicos americanos estarem mais fortes do que o mercado e o Banco Central esperavam, e com isso diminui as chances de um corte de juros maiores do FED. Com taxas de juros maiores, o custo-oportunidade aumenta, e mais fluxo de dinheiro vai para os EUA, fortalecendo assim o dólar.
Brasil perdendo espaço na América do Sul
A participação do Brasil no comércio com a América do Sul caiu de 13,2% para 11% de janeiro a agosto deste ano. Ainda assim, se mantendo em patamares maiores que os anos de 2019, 20 e 21. Quem ganhou espaço foi a China: o peso das exportações chinesas aumentaram de 22,1% em 2023 para 23,4% neste ano.
O Brasil só aumentou sua exportação com o Paraguai, enquanto viu suas negociações com Argentina, Colômbia e Bolívia, caírem mais de 20% durante este ano.
Já a China, diminuiu as negociações com a Argentina, Chile, Equador e Bolivia e aumentou com Brasil, Colômbia, Peru, Uruguai e Paraguai. As exportações da China com a América do Sul cresceram 11% neste ano. Porém a fatia destinada para nosso continente ainda é muito pequena: apenas 4,1% das exportações da China possuem destino na América do Sul.
Com uma demanda doméstica mais fraca, a China deve tentar ser mais agressiva no mercado externo, criando condições atrativas para endereçar a sua produção excedente
Aquisições do BTLG
O BTG Pactual Logística (BTLG11) é um dos principais FIIs logísticos do mercado, com cerca quase 400 mil cotistas cotistas e um volume de negociação em 9,5 mihões de reais. O fundo é o sexto mais relevante no IFIX, com 3,08% em participação (as cinco maiores participações são de KNIP11 (Recebível); KNCR11 (Recebível); XPML11 (Shopping); HGLG11 (Galpão Logístico); MXRF11 (Recebível).
Após anunciar em agosto, agora em outubro ele finaliza a aquisição de um portfólio composto por 13 ativos logísticos, totalizando 541,72 mil m² de área em São Paulo e no valor de R$1,77 bilhões. Dessa forma, o preço pago foi de R$ 3.266 por m² - o que seria mais ou menos o custo de reposição para a construção de uma estrutura similar. Esse ativo de classificação A+ e esta locado para 17 inquilinos consolidados, com prazo médio de 06 anos e com multa em 88% dos casos. Entre eles temos a DHL, Nestlé, Shopee e Unilever. A vacância física é de somente 3%.
Após essa compra, o BTLG11 será composto por:
32 imóveis
1,2 milhão de m² de ABL
97% do ABL em padrão A+
89% da receita concentrada em SP
Vacância física: 2,9%
Ações News:
META: supera as previsões, mas não aumenta o número de usuários diários tanto quanto Wall Street pensava que poderia, as ações caíram ~3%.
STARBUCKS: relatou receita de U$9,1bi, abaixo das expectativas também em lucro líquido e vendas nas mesmas lojas.
ADIDAS: finalmente encerra seu processo judicial com o Ye fora dos tribunais.
TIKTOK: tornou o seu fundador a pessoa mais rica da China, com patrimônio perto de US$50bi.
JPMORGAN: começou a processar clientes após o golpe do “dinheiro infinito”, que viralizou no TikTok.
CROCS: ainda existe e caiu quase 20% depois da divulgação dos resultados.
XEROX: cai quase 18% depois de anunciar vendas mais fracas que o esperado.
HSBC: continua a tendência de resultados fortes e entrega um lucro de U$8,5 bilhões no trimestre, acima dos 8 bilhões esperados.
VOLKSWAGEN: anuncia, pela primeira vez, fechamento de fábricas na Alemanha. São 3 instalações que irão ser desativadas.
INTC34: conseguiu anular uma multa antitruste de €1,06bil imposta pela UE.
VALE3: anuncia parceria com Jinnan Steel para usina de pelotização em Omã.
BEEF3: Marfrig conclui venda de ativos para Minerva, exceto no Uruguai
UGPA3: está trazendo novamente para o Brasil os postos Texaco e a Moody’s eleva perspectiva de estável para positiva, mantendo em Ba1.
KBLN11: Levanta R$ 1,8 bilhão atraindo sócio para terras excedentes.
ROXO34: Entra no mercado de telecom e ações renovam as máximas.
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Macro News:
Estados Unidos: rodadas de PMIs foram acima do esperado. Manufatura foi de 47,3 para 47,8 e Serviços de 55,2 para 55,3.
Japão: BoJ mantém a taxa básica de juros em 0,25%
China: Governo chinês confirma a data da reunião do Comitê Nacional para os dias 4 e 8 de novembro
Hungria: BC mantém a taxa em 6,5%, mas faz discurso mais duro e indicou que pode intervir para suavizar a desvalorização da moeda
África do Sul: inflação anual em 3,8%, em linha com as expectativas
Brasil: CAGED apresenta saldo líquido de 247.818 vagas de emprego formal em setembro