Fala pessoal,
Estagflação
Desde que a guerra comercial começou a esquentar, dois sinais vermelhos começaram a piscar nos radares dos economistas: de um lado, as projeções de crescimento começaram a ser cortadas; e do outro, as expectativas de inflação deram aquela guinada para cima. Ou seja: menos crescimento + mais inflação = estagflação na área.
Esse é o retrato clássico de um dos cenários mais indesejáveis da economia: a combinação de uma economia andando de lado com preços subindo. Para completar o combo estagflacionário, geralmente vem também com o desemprego aumentando — o que, por enquanto, ainda não aconteceu. Os últimos dados do mercado de trabalho americano ainda mostram a taxa em 4,2%, o que é considerado saudável.
O termo estagflação resulta da junção das palavras “estagnação” e “inflação” e foi cunhado em 1965, pelo político britânico Iain Macleod, para descrever a situação do Reino Unido naquele período. É uma situação atípica, pois a inflação geralmente esta associada a uma alta demanda, com atividade econômica mais pujante.
Nos mercados, estagflação é como neblina espessa no autódromo: difícil de enxergar o caminho e perigoso seguir em frente. Juros altos e crescimento fraco são um veneno duplo para o crédito e para o mercado de ações.
Esse pode ser o pano de fundo por trás do aumento do interesse “short”, ou seja, estar vendido nas empresas do Russell 2000.
O Russell 2000 é o índice que mede o desempenho das 2000 empresas de baixo valor de mercado, conhecidas como small caps.
São as empresas que acabam sofrendo mais dentro desse cenário apresentado. O índice de interesse se encontra nas máximas dos últimos anos - bem acima, inclusive, dos períodos da covid e da alta inflação em 2022.
O que torna esse cenário tão desafiador é que ele limita a ação dos governos: se você corta juros para estimular a economia, corre o risco de empurrar ainda mais a inflação. Se sobe os juros para conter os preços, trava de vez o crescimento. É como tentar apagar um incêndio com gasolina e esperar que dê certo.
É um fenômeno raro, mas quando aparece, exige jogo de cintura dos governos e muita resiliência da sociedade. Afinal, lidar com preços subindo enquanto o bolso não acompanha é um desafio que mexe com o humor de qualquer economia.
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