Fala pessoal,
Imagine esse cenário: você está conversando com a sua Inteligência Artificial, super afiado em relação as estatísticas do mercado e você pergunta: Qual a probabilidade de acontecer um crash no mercado, com queda superior a 30%?
E ele te responde, sem nem pensar: “Vai ter um crash. Prepare-se!”
E aí, qual seria sua reação diante disso: Vende tudo e corre pro abraço do Tesouro Direto? Coloca tudo embaixo do colchão? Ou sai empolgado porque tudo vai entrar em promoção?
O fato é que nós não precisamos de IA para nos dar esse tipo de previsão.
Crashes acontecem. Sempre aconteceram. Sempre vão acontecer.
As quedas de mercado são tão inevitáveis quanto o Imposto de Renda, e acontecem com uma frequência impressionante. Mas, por algum motivo estranho da alma humana (e dos nossos vieses comportamentais), toda vez que o mercado cai, o investidor entra em pânico como se fosse a primeira vez e como se fosse o fim do mundo (spoiler: nunca é!)
O investidor de longo prazo tem que estar preparado e entender as mudanças para se preparar da melhor forma. Quais as definições de quedas?
📉 Correções (queda de 10% ou mais):
Acontecem em média a cada 12 meses e duram entre 60-90 dias. Nada muito apocalíptico – é como uma gripe de mercado. O mecanismo de Circuit Breaker da B3, desde sua criação em 1997, foi disparado 23 vezes (19 suspensões de 30 min + 4 de 60 min).🐻 Bear Markets (quedas de 20% ou mais):
Essas são mais dramáticas. No Ibovespa, ocorrem com certa regularidade – a cada 5 a 7 anos, com duração média de 10 a 14 meses. A queda média gira em torno de 35%. É aquele momento quando até virar monge tibetano começa a parecer um bom plano B. Mas no fim, o mercado do urso é um ótimo professor para o investidor💀 Colapsos/Crashs (quedas acima de 40%):
Esses são raros, mas traumatizantes e com trilha sonora de filme de terror. No mercado americano aconteceu só 3x em 120 anos, mas por aqui já passamos por vários nos últimos 50 anos: crises como a da dívida externa (1980s), o Plano Collor (1990), dotcom (2000/01/02) Subprime (2008), Dilma (2015/16), covid (2020).
O mundo já acabou antes…
Você sabia que o mercado americano caiu 50% em 1907 e subiu 193% nos quatro anos seguintes? Ou que o crash de 1929 derrubou o mercado em 83%. Mas sabe o que veio depois? Recuperações épicas. Crash hoje é o rally de amanhã.
“Entender que há tristeza para que haja alegria” já diria o grande Forfun.
Alguns "apocalipses" apenas deste século:
2000-2001: bolha das ponto com → depois: +110% em 5 anos
2008-2009: crise imobiliária → depois: o maior bull market da história
2020: pandemia global → mercado caiu 30% e depois subiu mais de 120%
A fórmula se repete há mais de um século. E vai acontecer novamente
Quando será a próxima grande crise?
Não sei. Ninguém sabe.
Mas tem um monte de gente ai gritando aos 4 ventos sobre a próxima grande crise mundial, apenas porque isso chama atenção. Estamos na era do algoritmo, então tenho que fazer click bait pra você ficar assistindo meu vídeo por mais tempo e o algoritmo entender que sou relevante. Crises chamam atenção e despertam a curiosidade do ser humano.
Como se preparar para esse momentos?
Não sabemos quando vai acontecer e não temos controle sobre isso. Mas temos controle em como se prepar e como preparar o emocional para não ser afetado.
1. Tenha um fundo de emergência
Nada derruba mais um investidor do que a necessidade de vender na baixa. Faça a sua reserva de emergência, entre 6-12 meses de despesas em liquidez. Isso é sua armadura emocional. Não se preocupe com rentabilidade (apesar da Selic nas alturas ajudar muito nisso), pois a principal função dele é estar disponível quando for preciso (aplicar em títulos com duration curta NÃO é reserva de emergência!)
2. Planejamento da disponibilidade
Antes de pensar em “buy the dip”, garanta que você vai continuar tendo como pagar os boletos. Crises machucam mais quem não tem colchão financeiro.
3. Invista com fundamentos (e paciência)
Não gaste energia e tempo tentando “achar o fundo”. Invista regularmente, com foco no longo prazo. Sempre questione se os fundamentos das teses, estruturalmente, permanecem.
4. Diversifique
Diversifique entre setores, classes de ativos, até moedas. Esse é o único almoço grátis do mercado. Por mais tentadora que uma tese pareça ser, nunca se concentre em excesso. Se questione sobre a real diversificação do seu patrimônio
Ter 15 empresas de 2 setor NÃO é diversificar
Estar só em Real NÃO é diversificar
Trabalhar em um setor e só ter empresas desse setor NÃO é diversificar
Ter só RF/RV NÃO é diversificar
5. Não entre em pânico
Com todos os itens em ordem, não entre em pânico. O emocional incomoda, por isso a importância de ter um processo racional quando não se esta no olho do furacão. história nos mostra que quem não fez a tarefinha de casa antes de uma crise, tem maior chance de fazer movimentos errados durante ela.
Tempo > Timing
Tentar adivinhar o fundo do mercado é como tentar acertar quando o Wi-Fi vai voltar depois de cair: frustrante e inútil. Mas quem investe regularmente, sem emoção, e mantém o foco no longo prazo, colhe os melhores frutos.
Afinal, em nenhum período de 20 anos na história da bolsa americana alguém teve prejuízo. Nenhum. Zero. Nunca. Mesmo começando no pior momento possível.
Resumo final:
Crashes vão acontecer.
O medo vai aparecer.
Mas a recuperação sempre chegou.
E quem se preparou, colheu os frutos.
Seja o investidor que tem plano, e não o que corre para vender na baixa. Como disse Warren Buffett, “o mercado é um mecanismo de transferência de dinheiro dos impacientes para os pacientes.”
Então respira e, por favor, não aperte o botão de pânico.
Eu estou sempre disponível, contem comigo!
Quer saber como investir e preparar sua carteira para ser resiliente a vários cenários? Vamos conversar sobre como posicionar sua carteira!